03/11/2011 - As diferenças entre nanofiltração, ultrafiltração, microfiltração e osmose reversa
03/11/2011
					

A filtração é um processo que nos permite eliminar impurezas que tendem a se acumular em algum meio, seja ele líquido ou gasoso. Também é através desta aplicação que eliminamos outros componentes indesejáveis ao nosso processo produtivo ou aplicação a que se destina a filtragem. Para que ocorra um processo de filtração é necessário que se tenha um meio filtrante, objeto pelo qual as impurezas serão retidas, o qual no mercado existe diversos tipos e configurações, dependendo sempre do fluido a ser filtrado, aplicação, temperatura, entre outras informações importantes que precisam ser avaliadas para a determinação do meio filtrante adequado. Entre os meio filtrantes mais utilizados estão a família das membranas, e os mais conhecidos dentre eles são as membranas de Microfiltração, Nanofiltração, Ultrafiltração e Osmose Reversa.
Para que se tenha um resultado eficiente, muitas vezes é necessário que se aplique mais de um método durante o processo de filtração, como esclarece Ivanildo Hespanhol do CIRRA (Centro Internacional em referência em reúso de água): “Em alguns casos é necessário até se aplicar a combinação de até dois sistemas. Tudo depende do corpo molecular que se pretende remover. Certos poluentes do efluente são melhores filtrados por um sistema, já outros acabam passando despercebido.”
A classificação dessas membranas se dá conforme a
 sua porosidade. É isto que define a capacidade de separação dos sólidos
 a serem retidos conforme o seu tamanho. “Estes métodos de filtração 
diferenciam-se pelo tamanho dos compostos que são capazes de reter. De 
um modo geral, as membranas podem ser divididas em dois grandes grupos. 
As membranas densas (ou não-porosas) das quais fazem parte a Osmose 
Reversa e a Nanofiltração e as membranas porosas das quais fazem parte a
 Microfiltração e a Ultrafiltração”, explica o engenheiro ambiental 
Daniel Brooke Peig, gerente de tecnologia da Perenne. “As membranas porosas separam as partículas por tamanho. Os processos de produção industriais permitem a produção de membranas com poros virtualmente de qualquer diâmetro. Em 1985, a União Internacional de Química Pura e Aplicada (cuja sigla em inglês é IUPAC) estabeleceu critérios para a classificação das membranas porosas. Aquelas capazes de separar sólidos de diâmetro superior a 50nm recebem o nome de Microfiltração. Aquelas com poros entre 2 e 50nm pertencem ao grupo de Ultrafiltração”, conta. “Comercialmente, no entanto, esta definição da IUPAC não é muito respeitada, afinal, encontramos no mercado membranas de Microfiltração sendo apresentadas como Ultrafiltração”, revela.
Nas membranas densas, o mecanismo de separação baseia-se na diferença dos coeficientes de solubilidade e difusão entre o solvente e o soluto. Nesta faixa, não convém utilizar a convenção de diâmetro de poros pois compostos com pesos moleculares maiores como etanol são menos rejeitados enquanto íons de menor peso molecular como o cálcio são mais rejeitados.
As membranas de Osmose Reversa são as mais restritivas dentro desta classe com eficiências da
ordem de 99,7% para cloreto de sódio. As 
membranas de Nanofiltração situam-se em uma faixa intermediária entre as
 densas e as porosas (<2nm) realizadas a separação pelos dois 
processos. Para cada uma destas categorias de membranas as configurações de equipamentos e processos são bem distintas. Um sistema projetado para utilizar membranas de Ultrafiltração é completamente diferente de um sistema de Nanofiltração. Estes métodos apresentam duas formas diferentes de filtração: a convencional e a tangencial.
“Na filtração convencional ou direta, todo o fluxo de solvente que alimenta a membrana permeia através dela”, explica Daniel. “Na filtração tangencial, parte do fluxo que alimenta a membrana é permeado e parte é eliminado em uma corrente denominada concentrado. A filtração tangencial é utilizada em sistemas que lidam com uma quantidade elevada de sólidos que podem obstruir em questão de segundos os poros das membranas bloqueando o fluxo”, ressalta.
“Os processos de Osmose Reversa e Nanofiltração comercialmente disponíveis só permitem o uso da filtração tangencial pois a concentração de sais na alimentação afeta diretamente o fluxo de solvente”, acrescenta. “Já a filtração direta é mais utilizada em processos com baixo teor de sólidos como é o caso do tratamento de água para abastecimento”, conclui.

Microfiltração
É
 um processo de separação por membranas cross-flow de baixa pressão de 
partículas coloidais e em suspensão na faixa entre 0.05 - 10 micron. Ele
 é utilizado para remover sólidos em suspensão e também bactérias de 
água a ser tratada. 
É retida parte da contaminação viral, embora os 
vírus sejam menores que os poros da membrana de microfiltração, muitos 
se agrupam às bactérias e, por isso, acabam retidos num conjunto. 
Consegue-se reduzir de forma significativa a turbidez da água. 
Existem
 duas maneiras para que haja a retenção. Ela acontece pela passagem da 
água através de um material poroso ou de uma membrana e pode se produzir
 de duas maneiras e fluxo diferentes: “dead end” ou “crossflow”. 
Os 
filtros “dead end” funcionam quando uma corrente de água passa através 
dele e a partir daí acumulam-se sólidos sobre a superfície e no interior
 do meio filtrante, e se obtém uma corrente de água produto. 
Os 
crossflow (sempre de membranas) permitem obter duas correntes ao passar 
numa vazão de água através do filtro: uma que flui paralela à membrana 
arrastando os sólidos retidos, e a outra, purificada, que passa através 
dela. A microfiltração é bastante utilizada para fermentação, 
clarificação de caldos e clarificação e recuperação de biomassa.
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Ultrafiltração
É um 
processo de fracionamento seletivo utilizando pressões acima de 145 psi 
(10 bar). Ultrafiltração é largamente utilizada em fracionamento de 
leite e soro de leite e no fracionamento protéico. 
Ela concentra 
sólidos suspensos e solutos de peso molecular maior do que 1.000. O 
permeado possui solutos orgânicos e sais de baixo peso molecular. É a 
barreira mais eficiente para a remoção de sólidos em suspensão, 
bactérias, vírus e outros patogênicos. 
Além disso, este método 
costuma ser bastante utilizado como pré-tratamento de águas 
superficiais, água de mar, e efluentes biologicamente tratados, para os 
sistemas de desmineralização por membranas, tais como osmose reversa e 
nanofiltração. O que distingue a osmose reversa da ultrafiltração é o 
tamanho das partículas que são retidas pela membrana e as 
características da própria membrana. A primeira é densa e a segunda é 
microporosa. O método é mais utilizado em concentração do retido, 
fracionamento de solutos, normalmente proteínas, purificação de água 
para consumo humano e tratamento de esgotos. 

Nanofiltração
Quando a
 Osmose Reversa e a Ultrafiltração não são as melhores opções, a Nano 
costuma ser a mais utilizada. O mecanismo de transferência de massa é a 
difusão que permite que certas soluções iônicas (tais como: sódio e 
cloretos), predominantemente íons monovalentes, bem como água, se 
propaguem. 
Espécies iônicas maiores, incluindo íons bivalentes e 
multivalentes, e moléculas mais complexas são amplamente retidas. “Ela 
opera de 5 a 35 bar. Remove cálcio e magnésio, mas não é tão eficiente 
na remoção de dessalinização deixando passar um pouco de cloro”, explica
 Ivanildo Hespanhol do CIRRA. 
“Hoje existe uma tendência em se 
utilizar este processo para dessalinização. O sistema acaba sendo mais 
barato que a Osmose Reversa e você tem uma água potável razoável”, 
afirma.“Agora se quiser dessalinizar para utilizar em produção de 
caldeiras ai é a osmose reversa, que já possui um consumo de energia 
alto”, orienta.
A nanofiltração é muito utilizada para dessalinização
 de alimentos lácteos, produto ou co-produto da indústria de bebida, 
dessalinização parcial do soro, dessalinização de corantes e 
abrilhantadores óticos, redução ou alteração de cor em produtos 
alimentícios e concentração de alimentos.
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Osmose Reversa
Também 
conhecida como Osmose Inversa, este procedimento ocorre através de uma 
membrana semipermeável que retém o sal e componentes nocivos à saúde, 
permitindo apenas a passagem da água purificada. 
Ela acontece quando
 duas soluções, de concentrações diferentes (exemplo: água pura e água 
salobra) são separadas por uma membrana semipermeável, ou seja: 
permeável para solventes e impermeável para solutos. 
O sistema 
remove até 99% de cloreto de sódio, além de possuir quase a mesma 
eficácia para outros minerais presentes na água. Sua utilização serve os
 mais diversos tipos de situações presentes na indústria e está sempre 
ligada a separação de íons. Dessalinização, alimentação para caldeiras e
 produção de produtos químicos são alguns dos exemplos que necessitam de
 uma água praticamente pura. 
(Fonte:www.revistatae.com.br)
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